Por Natália Sper
O Brasil é palco, neste ano, do importante evento “Rio+20” que reúne diversos países, autoridades, chefes de Estado e Governo. A reunião, cujo objetivo é assegurar um comprometimento político renovado com o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes, pouco avançou nos debates, afirmam os veículos de comunicação, nessa última terça-feira, dia 19 – o que realmente é uma pena!
O encontro, que para alguns parecia ser a esperança para o mundo mais saudável – no que tange à conscientização sustentável e o respeito à natureza –, para outros era somente uma reunião, na qual eles iriam decidir se efetivamente participariam da proposta; e para a surpresa da humanidade – ou não – países desenvolvidos, tecnológicos e potências econômicas se viram no direito de afirmar que “não querem se comprometer com novos gastos”. Mais uma vez o sistema capitalista está dando as caras! Quando o assunto envolve grana, não adianta, sempre teremos um ou outro, que não quer se comprometer, não quer desviar possíveis lucros, o que falta é boa vontade e espírito coletivo – o que diga-se de passagem, o capitalismo não preza nem um pouco!
O problema na decisão dos países que afirmaram que não querem se comprometer, é uma questão séria e que precisa ser debatida publicamente. Afinal, são os países desenvolvidos, que regem a economia mundial – e dos quais os países emergentes e subdesenvolvidos dependem – que decidiram não se comprometer, ou seja, a decisão gera consequência mundialmente e envolve toda a humanidade. Infelizmente, são eles, que no momento, têm todas as cartas na mão para mudar significativamente a realidade em busca de um progresso para todos. Ou será que a saúde do planeta não envolve todos?
Aproveito o momento, para indicar o filme “Contágio”, o qual conta a história de uma nova doença que atinge a humanidade, e mata, aos poucos, milhões de pessoas no mundo inteiro. O longa se desenrola pela busca da medicina em encontrar a cura do vírus e quando finalmente consegue o remédio, o primeiro a ser imunizado é o governo.
O Rio+20, como outros importantes temas já debatidos nacional e internacionalmente, perde sua força quando tem que lidar com o descaso. Nessa era do consumismo, onde o lucro vale mais que tudo, valores e crenças são desmentidos e ultrapassados o tempo todo! A noção de respeito é descartada à qualquer custo – e o agravante é que o mínimo dessa noção é o que garante uma convivência, pelo menos, sadia. Se o ser humano não liga mais para isso, que tipo de relação estamos fomentando? Quem se preocupa com a dor do outro? Quem se preocupa com a saúde do planeta? Quem realmente se compromete com a economia verde?